Exemplos de
Passar ao largo
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1. Metamorfose
! Mas uma pessoa pensa sempre que uma indisposição há de
sem ficar em casa. Olha, senhor, poupe os meus pais! Tudo a
tenho de olhar pelos meus pais e pela minha irmã. Estou a
por uma situação difÃcil, mas acabarei vencendo. Não me
pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente largo para poder
pela abertura. É claro que o pai, no estado de espÃrito a
que, como ninguém compreendia o que ele dizia, nunca lhes
a pela cabeça, nem sequer à irmã, que ele pudesse percebÃ
solene juramento de que nunca contaria a ninguém o que se
a. Agora a irmã era também obrigada a cozinhar para ajudar
a não davam para grandes passeios, nem lhe seria possÃvel
toda a noite imóvel; por outro lado, perdia rapidamente to
amorfose radical. A Metamorfose) (Franz Kafka) Numa manhã,
despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si n
sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e,
levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre c
chapéu e estola de peles, rigidamente sentada, a estender
espectador um enorme regalo de peles, onde o antebraço sum
tocar lá com uma perna, mas imediatamente a retirou, pois,
seu contato, sentiu-se percorrido por um arrepio gelado. Vo
rão e lhe falar exatamente o que penso dele. Havia de cair
comprido em cima da secretária! Também é um hábito esqu
§a do filho e poria de parte todas as desculpas, recorrendo
médico da Previdência, que, evidentemente, considerava to
de apanhar o trem? Aquela voz suave! Gregor teve um choque
ouvir a sua própria voz responder-lhe, inequivocamente a s
embros da famÃlia notarem que Gregor estava ainda em casa,
contrário do que esperavam, e agora o pai batia a uma das
£o se sente bem? Precisa de alguma coisa? Respondeu a ambos
mesmo tempo: - Estou quase pronto - e esforçou-se o máxim
e e deixando grandes pausas entre elas. Assim, o pai voltou
breve almoço, mas a irmã segredou: - Gregor, abre esta po
, anda. Ele não tencionava abrir a porta e sentia-se grato
prudente hábito que adquirira em viagem de fechar todas as
s incômodas, que se tinham revelado puramente imaginárias
levantar-se, e ansiava fortemente por ver as ilusões desta
do tentou dobrar uma delas, foi a primeira a esticar-se, e,
conseguir finalmente que fizesse o que ele queria, todas as
po acabou por acompanhar lentamente o movimento da cabeça.
conseguir, por fim, mover a cabeça até à borda da cama,
ra arriscar tudo pela menor esperança de libertar-se dela.
mesmo tempo, não se esquecia de ir recordando a si mesmo q
re antes das sete horas. E pôs-se a balouçar todo o corpo
mesmo tempo, num ritmo regular, no intuito de rebocá-lo pa
a cabeça de qualquer pancada erguendo-a num ângulo agudo
cair. O dorso parecia ser duro e não era provável que se
itório, disse, com os seus botões, e ficou quase rÃgido,
mesmo tempo em que as pequenas pernas sé limitavam a agita
or tentou supor no seu Ãntimo que um dia poderia acontecer
chefe de escritório qualquer coisa como a que hoje lhe aco
£o, o chefe de escritório deu alguns passos firmes na sala
lado, fazendo ranger as botas de couro envernizado. Do quar
o chefe de escritório. - Ele não está bem - disse a mãe
visitante, ao mesmo tempo em que o pai falava ainda atravé
ritório. - Ele não está bem - disse a mãe ao visitante,
mesmo tempo em que o pai falava ainda através da porta -,
irmã começava a soluçar. Porque não se juntava a irmã
s outros? Provavelmente tinha-se levantado da cama há pouco
chorava ela? Por ele não se levantar e não abrir a porta
chefe de escritório, por ele estar em perigo de perder o e
a situação poderia seriamente esperar que abrisse a porta
chefe de escritório. Mas, por tão pequena falta de cortes
e nãos, a dar uma série de preocupações desnecessárias
s seus pais e - diga-se de passagem - a negligenciar as suas
e ter mostrado indÃcios disso. Porque não o comuniquei eu
escritório! Mas uma pessoa pensa sempre que uma indisposiÃ
escritório e hei de estar suficientemente bom para o dizer
patrão e apresentar-lhe desculpas! Ao mesmo tempo em que t
nte bom para o dizer ao patrão e apresentar-lhe desculpas!
mesmo tempo em que tudo isto lhe saÃa tão desordenadament
r, depois de todas as insistências, o que diriam os outros
vê-lo à sua frente. Se ficassem horrorizados, a responsab
algumas vezes pela superfÃcie envernizada da cômoda, mas,
s poucos, com uma última elevação, pôs-se de pé; embora
esmo e parou de falar, porque agora podia prestar atenção
que o chefe de escritório estava a dizer. - Perceberam uma
sse o chefe de escritório, numa voz perceptivelmente baixa
lado da estridência da mãe. - Ana! Ana! - chamava o pai,
smo que antes, talvez porque o ouvido se tivesse acostumado
som delas. Fosse como fosse, as pessoas julgavam agora que
conseguiu pôr a chave em movimento, sem prestar atenção
fato de estar certamente a danificá-las em qualquer zona,
Afinal, não precisei do serralheiro, e encostou a cabeça
puxador, para abrir completamente a porta. Como tinha de pu
qualquer ordem secreta para abandonar a sala. Estava junto
vestÃbulo, e a maneira súbita como deu um último passo p
ia a crer que tinha posto o pé em cima duma brasa. Chegado
vestÃbulo, estendeu o braço direito para as escadas, como
ligavam tão bem deste acontecimento; tinham-se convencido,
longo dos anos, de que Gregor estava instalado na firma par
Quer o seu futuro, quer o da famÃlia, dependiam disso! Se,
menos, a irmã ali estivesse! Era inteligente; começara a
hefe de escritório, que estava agarrado com ambas as mãos
corrimão da escada para o terraço; subitamente, ao procur
mãos ao corrimão da escada para o terraço; subitamente,
procurar apoio, Gregor tombou, com um grito débil, por sob
§Ã£o que pretendesse. Sentia-se tentado a pensar que estava
seu alcance um alÃvio final para todo o sofrimento. No pre
pôs-se de pé de um salto, de braços e dedos estendidos,
s gritos: Socorro, por amor de Deus, socorro! Baixou a cabeÃ
nte nela, como se tivesse perdido momentaneamente a razão,
esbarrar contra o obstáculo imprevisto. Parecia igualmente
tra o obstáculo imprevisto. Parecia igualmente indiferente
acontecimento de a cafeteira que tinha ter tombado e estava
estava já completamente tresloucado; Gregor, não resistiu
ver o café a correr, cerrou as mandÃbulas com um estalo.
, de um salto, venceu vários degraus e desapareceu, sempre
s gritos, que ressoavam pelas escadas. Infelizmente a fuga d
ndo a bengala e o jornal, tentou forçar Gregor a regressar
quarto. De nada valeram os rogos de Gregor, que, aliás, ne
lhe restava alternativa, pois verificou, aterrorizado, que,
recuar, nem sequer conseguia controlar a direção em que s
stância, lhe auxiliar a manobra com a ponta da bengala. Se
menos ele parasse com aquele insuportável assobio! Era uma
el. Não agüentaria de modo algum que Gregor se entregasse
s preparativos de erguer o corpo e talvez deslizar através
sse, o barulho que Gregor ouvia atrás de si não lhe soava
s ouvidos como a voz de pai nenhum. Não sendo caso para bri
mente no ar e as do outro penosamente esmagadas de encontro
soalho. Foi então que o pai lhe deu um violento empurrão,
que constituiu literalmente um alÃvio, e Gregor voou até
meio do quarto, sangrando abundantemente. Empurrada pela be
atrás de si e, por fim, fez-se o silêncio. II Foi apenas
anoitecer que Gregor acordou do seu sono profundo, que mais
omento um grande orgulho por ter sido capaz de proporcionar
s pais e à irmã uma tal vida numa casa tão boa. Mas que s
fÃsico e começou a rastejar para um lado e para o outro,
longo do quarto. A certa altura, durante o longo fim de tar
ndera entrar e mudara de idéias. Gregor resolveu postar-se
pé da porta que dava para a sala de estar, decidido a pers
eitou para dentro do quarto. Não o viu imediatamente, mas,
apercebê-lo debaixo do sofá - que diabo, tinha de estar e
fome, e traria qualquer outra comida que lhe agradasse mais
paladar? Se ela o não fizesse de moto próprio, Gregor pre
o de saltar do seu refúgio debaixo do sofá e rojar-se-lhe
s pés, pedindo de comer. A irmã notou imediatamente, com s
he doÃa a ferida. - Estarei agora menos sensÃvel? Pensou,
mesmo tempo em que sugava vorazmente o queijo, que, de toda
ão, sentia os olhos saÃrem um bocado para fora da cabeça
observar a irmã, que de nada suspeitava, varrendo não ape
que ele pudesse percebê-los; assim, sempre que a irmã ia
seu quarto, Gregor contentava-se em ouvi-la soltar um ou ou
ar um ou outro suspiro ou exprimir uma ou outra invocação
s seus santos. Mais tarde, quando se acostumou um pouco mais
lvez não bebessem, sequer. Muitas vezes a irmã perguntava
pai se não queria cerveja e oferecia-se amavelmente para l
eiramente a casa. Tinham-se, pura e simplesmente, habituado
acontecimento, tanto a famÃlia corno ele próprio: ele dav
ais de qualquer maneira haveria de fazer face, já que ela,
contrário de Gregor, gostava imenso de música e tocava vi
mas sempre apenas como um belo sonho irrealizável; quanto
s pais, procuravam até evitar essas inocentes referências
a endireitar-se de novo, pois até o leve ruÃdo que fazia
mexer a cabeça era audÃvel na sala ao lado e fazia parar
ve ruÃdo que fazia ao mexer a cabeça era audÃvel na sala
lado e fazia parar todas as conversas. Que estará ele a fa
e tomava repetitivo nas explicações - por um lado, devido
acontecimento de há muito não se encarregar de tais assun
mentar, podia ter pago uma porção maior da dÃvida do pai
patrão, apressando assim o dia em que poderia deixar o emp
que urgia deixar de parte para qualquer emergência. Quanto
dinheiro para fazer face às despesas normais, havia que ga
nos, pelo que não era de esperar que fizesse grande coisa.
longo desses cinco anos, os primeiros anos de lazer de uma
tava-se da porta e deixava-se cair no fresco sofá de couro
lado dela, rubro de vergonha e desespero. Muitas vezes ali
Quando não, reunia a coragem necessária para se entregar
violento esforço de empurrar uma cadeira de braços para j
cência da sensação de liberdade que sempre experimentava
ver à janela. De fato, dia após dia, até as coisas que e
e até deixava as portadas interiores da janela abertas. Se
menos pudesse falar com ela e agradecer-lhe tudo o que fazi
do tempo, cada vez o conseguia melhor, mas também Gregor,
s poucos, se ia apercebendo mais lucidamente da situação.
enetrava no quarto, corria para a janela, sem sequer dar-se
trabalho de fechar a porta atrás de si, apesar do cuidado
atrás de si, apesar do cuidado que costumam ter em ocultar
s outros a visão de Gregor, e, como se estivesse pontos de
diatamente se escondeu debaixo do sofá, mas ela só voltou
meio-dia com um ar bastante mais perturbado do que era vulg
esmo a impressão de surpreender-lhe um olhar de gratidão,
levantar cuidadosamente uma ponta do lençol para ver qual
o passava de uma criança, apesar dos esforços que fazia e
s quais talvez se tivesse entregado por mera consciência in
omida. Para se distrair, adquirira o hábito de se arrastar
longo das paredes e do teto. Gostava particularmente de man
ente absorvido por tal suspensão, chegava a deixar-se cair
chão. Possuindo melhor coordenação dos movimentos do cor
distração de Gregor, visto que ele deixava atrás de si,
deslocar-se, marcas da substância pegajosa das extremidade
emasiado pesada para si e, se não se atrevia a pedir ajuda
pai, estava fora de questão recorrer à criada, uma menina
z não deitou a cabeça de fora para espreitar, renunciando
prazer de ver a mãe pela satisfação de ela ter decidido
e esqueça com mais facilidade o que aconteceu entretanto.
ouvir as palavras da mãe, Gregor apercebeu-se de que a fal
gor empurrou a cadeira em direção à porta, após o que a
u, agarrou-se à porta para se amparar as plantas das extrem
ente da cabeça, pareceu-lhe que o corpo era demasiadamente
para poder passar pela abertura. É claro que o pai, no est
vel levantar a cabeça, lamentando apenas que o corpo fosse
de mais para caber totalmente debaixo do sofá. Ali passou
2. Barca
chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos de
em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, u
á vos contentai. Pois que já a morte passastes, haveis de
o rio. FIDALGO Não há aqui outro navio? DIABO Não, senho
lz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me
além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica alguém. ANJO Tu pass
ssar além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica alguém. ANJO Tu
ás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malÃcia
oto d'Almeirim chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te
ão, porque vão mais despejados. PARVO E ele mijou nos fina
ainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado
poderoso prÃncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portu
es vós?... Que cousa é esta?... Vem o Fidalgo e, chegando
batel infernal, diz: FIDALGO Esta barca onde vai ora, que a
pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera ir
nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em que
ós me veniredes a la mano, a la mano me veniredes. FIDALGO
Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh triste! Enquant
Tomarês um par de remos, veremos como remais, e, chegando
nosso cais, todos bem vos serviremos. FIDALGO Esperar-me-ê
vivas tu, amém, como te tinha querer! FIDALGO Isto quanto
que eu conheço... DIABO Pois estando tu expirando, se esta
arca, como és ardente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo
Moço da cadeira: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cadei
e! Oh! que barca tão valente! Vem um Onzeneiro, e pergunta
Arrais do Inferno, dizendo: ONZENEIRO Pera onde caminhais?
mo barqueiro! Sabês vós no que me fundo? Quero lá tornar
mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro marinheiro, p
ancada com um remo que renegueis! Vem Joane, o Parvo, e diz
Arrais do Inferno: PARVO Hou daquesta! DIABO Quem é? PARVO
rdai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'ir ter? DIABO
porto de Lucifer. PARVO Ha-á-a... DIABO Ó Inferno! Entra
ho da Pampulha! Mija n'agulha, mija n'agulha! Chega o Parvo
batel do Anjo e dlz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres
um Sapateiro com seu avental e carregado de formas, e chega
batel infernal, e diz: SAPATEIRO Hou da barca! DIABO Quem v
me vou, que é mais real. Chegando à Barca da Glória diz
Anjo: Barqueiro mano, meus olhos, prancha a BrÃsida Vaz. A
embarcou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando
batel dos danados, diz: JUDEU Que vai cá? Hou marinheiro!
r cá. JUDEU Porque nom irá o judeu onde vai BrÃsida Vaz?
senhor meirinho apraz? Senhor meirinho, irei eu? DIABO E o
id tradidistis... DIABO Ora entrai, nos negros fados! Ireis
lago dos cães e vereis os escrivães como estão tão pros
egou um Procurador, carregado de livros, e diz o Corregedor
Procurador: CORREGEDOR Ó senhor Procurador! PROCURADOR Bej
DOR Eu mui bem me confessei, mas tudo quanto roubei encobri
confessor... Porque, se o nom tornais, não vos querem abso
mini in barco meo... Pera que esperatis mais? Vão-se ambos
batel da Glória, e, chegando, diz o Corregedor ao Anjo: CO
se ambos ao batel da Glória, e, chegando, diz o Corregedor
Anjo: CORREGEDOR Ó arrais dos gloriosos, passai-nos neste
sta barcada. Vem um homem que morreu Enforcado, e, chegando
batel dos mal-aventurados, disse o Arrais, tanto que chegou
ar avorrece-lhe o sermão. DIABO Entra, entra no batel, que
Inferno hás-de ir! ENFORCADO O Moniz há-de mentir? Disse-
! Esta é a primeira levada. Alto! Levantai a espada! Talho
, e um revés! E logo colher os pés, que todo o al no é na
e mea. DIABO Et vobis quoque cum ea, não temuistis Deus. A
modo adquiristis sanguinis laboratorum ignorantis peccatoru
3. Passar ao largo
Diante das polêmicas, o polÃtico preferiu
das questões delicadas durante a entrevista